Difícil lição de casa

Hoje os bebês trouxeram a primeira lição de casa, que precisa ser entregue até segunda-feira. Eu imaginava que lição de casa para crianças com cerca de dois anos fosse alguma coisa na linha desenhar-pintar-recortar-colar, mas recebemos a missão de escrever uma redação com o tema “a história da escolha do meu nome” para cada um deles. Precisamos responder quem escolheu o nome deles e como foi feita esta escolha. Pô, escolinha. Por que complicar a vida dos papais adotantes? Podiam ter começado com “minhas férias”, né?

Nós não temos detalhes sobre a escolha do nome deles, que provavelmente foi feita pela genitora. São nomes bíblicos, mas não sabemos se foi uma escolha relacionada à religião da família biológica. Por coincidência, nossa filha tem o nome da minha avó e isso é tudo o que sabemos.

Antes mesmo de estarmos habilitados para adoção, nós já tínhamos decidido que manteríamos o primeiro nome do nosso filho quando ele chegasse, como contamos aqui. Nós achamos que é uma maneira de respeitar e não apagar a história que eles viveram antes de nos encontrarem. Além do mais, achamos que os bebês começam a reconhecer o próprio nome muito cedo e que, de alguma forma, perceberiam a mudança.

A professora deles vai ler histórias de nomes escolhidos pela mamãe, pelo papai ou pela vovó, histórias de nomes que homenageiam ídolos ou parentes queridos, histórias de bebês que só receberam seus nomes depois do nascimento porque os papais não chegaram a um consenso antes, histórias de mamães que sonharam com determinado nome desde crianças. E vão ler também a história que escrevemos, igual para os dois: a escolha do nome foi feita, provavelmente, pela genitora, mas desconhecemos as razões desta escolha. São os nomes que eles têm desde os primeiros dias de vida e nomes pelos quais serão chamados para sempre. 

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