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Felizes para sempre

Depois que os bebês chegaram em casa, recebemos uma visita da assistente social logo nos primeiros dias e os levamos ao fórum para uma conversa com a psicóloga uns dois meses depois. Mais ou menos no meio do nosso estágio de convivência, em outubro de 2012, fomos ao fórum sem os dois para poder conversar com calma com a psicóloga sobre o processo de adaptação.

Só voltamos a ter contato com o fórum no final de janeiro de 2013, quando passamos pelas entrevistas finais do estágio de convivência com a assistente social e com a psicóloga. Na época, os bebês estavam passando por um novo período de adaptação (e muito cansaço), porque tinham começado a ir para escolinha há pouquíssimo tempo. Talvez por isso foi uma tarde estressante para os dois, que choraram e fizeram birra o tempo todo em que estivemos lá e mal conseguimos conversar.

Nos dias seguintes, o parecer da assistente social e da psicóloga recomendando a guarda definitiva foi encaminhado ao Ministério Público e depois à juíza. Entre as entrevistas finais e o recebimento da sentença de adoção, passaram-se cerca de dois meses, mas foram dois meses sem nenhuma ansiedade. No fundo, nós sabíamos que precisávamos apenas aguardar os trâmites legais, porque estávamos felizes, adaptados, resolvidos e não havia motivo nenhum para que o processo de adoção desse errado.

Hoje o papai foi buscar o mandado de inscrição de sentença de adoção e registro de nascimento, que levaremos ao cartório de registro civil para emissão das novas certidões de nascimento dos bebês, onde nossos nomes constarão como “pai” e “mãe”.

Quando nos casamos, nós não prometemos um para o outro que ficaríamos juntos para sempre porque é algo difícil de garantir para um marido ou uma esposa. Nós escolhemos viver algo na linha do “que seja eterno enquanto dure”, porque acreditamos que é assim que os casais devem viver. Com os filhos é diferente. Hoje nós assumimos com nossos filhos um compromisso irrevogável. Um compromisso que só terminará quando a morte nos separar. Um compromisso para sempre, para a vida toda!

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Visita às residências dos pretendentes à adoção

Algumas pessoas encontraram nosso blog quando buscavam informações sobre o que a assistente social avalia durante as visitas às residências dos pretendentes. E, enquanto estávamos esperando essa etapa do processo, alguns amigos nos perguntaram o que precisaríamos fazer em nossa casa para mostrarmos que estávamos preparados para a adoção.

Nós não mudamos nada em casa e mostramos o apartamento exatamente como ele estava na época. Nosso apartamento não é imenso, mas há espaço suficiente para um casal, duas crianças e um cachorro, que é a família que queríamos ter. Mas nos mudamos para cá há menos de dois anos e até hoje não terminamos muitas coisas: não temos cortinas, não temos lustres em todos os ambientes e temos bem menos armários do que gostaríamos, por exemplo. Quando mostramos o quartinho do nosso futuro filho para a assistente social, era apenas uma suíte vazia – ainda não tínhamos comprado armário nem instalado box e chuveiro no banheiro. Também não tínhamos telas nas janelas e nem pensado em uma decoração totalmente segura para crianças, mas deixamos claro que tomaríamos esses cuidados assim que nosso filho chegasse.

Acho que a assistente social verifica se os pretendentes moram, de forma geral, em um lugar adequado para uma criança viver. Para mim, significa morar em um lugar limpo com o mínimo de infraestrutura para que ela possa dormir, tomar banho, se alimentar, brincar, estudar. Os pretendentes não precisam ser ricos ou morar em casa própria de alto padrão. Também não precisam ter um quarto só para a criança que vai chegar. Animais de estimação não são um problema, desde que não atrapalhem a limpeza e organização da casa – nós temos um cachorro que tem livre acesso a todo o apartamento e dorme em nosso quarto, e ele estava em casa – latindo – quando a assistente social nos visitou.

Também acho – e faço questão de destacar o “acho” – que a assistente social precisa conhecer o “clima” da casa e da família. Há pretendentes que moram com seus pais ou irmãos, que têm outros filhos, que trabalham em casa e recebem clientes etc., e a visita é uma oportunidade para entender o ambiente e conhecer melhor os futuros adotantes e suas famílias.

Não tem certo ou errado. Então, se alguém me perguntar, vou recomendar que não mintam em relação à forma como vivem e não se preocupem em fazer grandes preparativos para a visita da assistente social.

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Primeira visita da assistente social

Hoje à tarde recebemos a visita da assistente social em casa. Ela ligou para agendar há uns 3 dias e pediu para todos estarem aqui no horário combinado. Durou uns 20 minutos. Perguntou sobre a rotina deles aqui em casa, o que estão comendo e como está a saúde dos dois. Pediu para ver o quartinho dos dois, o banheiro e notou as pequenas alterações que fizemos em casa (colocamos telas de proteção nas janelas e um portão para que eles não entrem na cozinha sozinhos). Perguntou também se estamos de licença maternidade/ paternidade, se tenho ajuda durante o dia para cuidar dos dois e como estamos organizando a nova vida.

Eu tirei a licença maternidade para cuidar da adaptação dos dois e infelizmente meu marido não pôde fazer o mesmo. Mas como optamos por fazer tudo sozinhos e olhar de perto tudo o que está acontecendo em nossa casa, não temos babá e não está nos nossos planos contratar uma. Nossa faxineira vem duas vezes por semana e pedimos para ela tentar vir um dia a mais. Além disso, combinamos com uma das vovós que os bebês passarão um dia por semana na casa dela, para mamãe poder fazer coisas sozinha. Tirando essas 5 horas que ficam sozinhos com a vovó, estou com eles o tempo todo, muitas vezes sozinha até o papai chegar do trabalho.

Virar papais de uma hora para outra não nos deu tempo para pensar em um monte de detalhes que fazem a casa “funcionar”. Nós não tínhamos ideia que bebês sujavam tanta roupa – são duas ou três roupinhas por dia, porque além de engatinharem para-lá-e-para-cá, às vezes derramam comida ou deixam escapar um xixi ou cocô. Se antes lavávamos roupas uma vez por semana, agora usamos a máquina umas três ou quatro vezes na semana, e geralmente temos mais roupa para lavar do que a capacidade dos nossos varais. Também ainda não acertamos a quantidade de compras de supermercado, porque temos que ter comida todos os dias, para nós quatro. Sempre falta alguma coisa e temos que sair correndo para buscar. No primeiro final de semana, meu marido cozinhou um monte de papinha e sopinha e não tínhamos potinhos suficientes para congelar tudo. E como não deu tempo de providenciar toda a “lista completa de enxoval para bebês”, todos os dias percebemos que eles precisam de algo, tipo termômetro para crianças (o convencional é uma tortura), alicate para cortar unhas e meias anti-derrapantes.

Apesar de estarmos achando tudo muito confuso, eles estão super bem. Estão sorridentes e brincando muito. Já conhecem bem os papais e a casa e entendem muitas coisas que falamos para eles: por exemplo, vêm sozinhos até a porta da cozinha quando chamamos para comer e sabem quando tomaram bronca por mexer em alguma coisa que não é de criança. Os dois estão dormindo super bem – das 20h às 7h e das 12h às 15h – e acordam de bom humor (sim, é quase ganhar na megasena). E, fora umas duas ou três birras para comer que nossa filha fez, estão se alimentando bem, comendo tudo que oferecemos e muito!

Além da visita da assistente social, teremos entrevista com a psicóloga em setembro e a avaliação final do estágio de convivência será feita em janeiro, para então recebermos a guarda definitiva dos nossos filhos!

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A primeira entrevista (com a assistente social)

No dia 20 de março fomos ao fórum para a entrevista com a assistente social. Voltei de Johannesburg 3 dias antes para isso, mas só no mesmo dia de manhã a ansiedade bateu. Eu queria sair de casa às 12h para chegar lá às 14h. Não tínhamos conseguido conversar tanto quanto queríamos antes e decidimos então sempre falar a verdade, com o coração. Era a melhor estratégia.

Na verdade, estávamos morrendo de medo de perguntas difíceis, como “como vocês pretendem educar seu filho?” ou “a casa de vocês está completamente segura e protegida para a chegada de uma criança?”, porque não sabemos como vamos educar e não temos nem telas nas janelas ainda – no 14º andar.

Chegamos meia hora antes e fomos rapidamente atendidos. Meu marido foi entrevistado primeiro, depois foi a minha vez. As perguntas individuais foram parecidas: por que decidimos adotar, se poderíamos ter filhos naturais, quando eu pretendia engravidar, se desistiríamos da adoção caso eu engravidasse, como foi minha infância, como é minha família. Depois, juntos, contamos como nos conhecemos, quando casamos, a nossa história. E por fim definimos o perfil da nossa criança: 0 a 3 anos, sexo indiferente, cor indiferente, aceitamos gêmeos. Todas as restrições sobre doenças e histórico da criança serão feitas junto com a psicóloga em uma outra entrevista.

Foi muito tranqüilo, não demoramos 1 hora. Ela nos avisou que visitaria nossa casa nos próximos 3 dias. Nós já havíamos combinado que meu marido ficaria em São Paulo para recebê-la, caso ela já marcasse a data da visita, porque eu precisava voltar para Johannesburg no dia seguinte e ele iria me acompanhar de férias. Como apenas um de nós precisaria estar presente, mudamos a passagem dele para Joburg assim que saímos de lá.

Lá também soubemos que a psicóloga tinha deixado um recado em minha caixa postal do trabalho marcando a entrevista para o dia 02 de abril. Eu não tinha ouvido os recados nessa correria toda, mas ela também não tinha tentado nenhum outro número. Para surpresa, ela foi muito simpática e remarcou para o dia 17 de abril, quando eu já estarei completamente reinstalada no Brasil!

Na sexta-feira, meu marido recebeu a assistente social em nossa casa. A visita foi rápida e objetiva: ela quer saber se a criança crescerá em um lar com estrutura adequada. Olhou a área social do prédio e a garagem, pois ela tinha perguntado sobre outros bens: nossos dois carros. Perguntou também se o apartamento é próprio e meu marido disse que sim, mas não quitado. Ela subiu em nossa casa e fez uma visita rápida por todos os ambientes. Comentou que é uma casa espaçosa e foi ver também o futuro quarto do bebê. Por fim, disse que pelo lado social o parecer seria positivo! Apesar de ser uma etapa intermediária, dá uma vontade imensa de gritar e dar cambalhotas!

Preciso contar que meu marido não arrumou a cama e a assistente viu o quarto virado do avesso. Também preciso dizer que a instrução é arrumar a cama TODOS-OS-DIAS, não só quando vamos receber visitas – e importantes. Acho que pelo menos ficou a impressão de sermos pessoas normais.

Estamos muito felizes. Ansiosos para a próxima etapa. Querendo muito nosso brigadeirinho o mais rápido possível!

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