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Dor e amor de mãe

Conceitualmente, se me perguntarem o que acho de dia das mães e dia dos pais, vou responder que são datas meramente comerciais, inventadas por alguém que queria vender mais produtos. Se alguém me perguntar se faço questão: não, não faço. Significa que se meus filhos me disserem um dia que acham a data comercial demais e que preferem não comemorar, vou achar normal, sem crises.

Mas quando recebi a mensagem avisando que o papai não iria na festa de dia dos pais na escola, eu sofri. Veio um filminho na minha cabeça com a festa do dia das mães e vi de novo os olhinhos deles me procurando na plateia enquanto as tias posicionavam as crianças no palco. Vi de novo as carinhas felizes, cantando a música dos Tribalistas olhando para mim, errando todos os passos. Lembrei de todos os dias anteriores que eles cantarolaram a música, fazendo spoiler da festa para mim. Fiquei imaginando os dois ensaiando para a festa do dia pais há semanas. Doeu em mim.

Sim, pode ser muito drama da minha parte e acho que eles são muito mais maduros que eu. Mas eu passei dias inteiros preocupada, pensando o que eu tinha que fazer para que os dois não sofressem com isso. Tive ideias mirabolantes. Achei que eles não poderiam ir para escola o dia inteiro. Nem a semana toda, já que a decoração da festa estaria montada desde segunda-feira, porque cada turma comemoraria com seus pais em uma dia semana. Achei que eles mereciam uma programação master especial fora da escola para esquecerem a festinha. Eu simplesmente não consegui parar de pensar durante dias em como não deixar meus pequenos sofrerem, mas quem estava sofrendo por uma possível dor deles era só eu.

E quem me acudiu foi a melhor pessoa para entender a dor de mãe: minha mãe. Eu sei que no fundo ela também não queria que eu ficasse sofrendo, por isso ela veio socorrer. Foi até a escola dos brigadeirinhos no meio da tarde, trouxe-os para nossa casa e ficou com eles até eu chegar do trabalho. Deixou o trabalho dela e os compromissos que ela tinha, para que eu não precisasse ir pessoalmente buscá-los mais cedo. Passear com a vovó no meio da semana foi super divertido e eles adoraram.

Mãe, você é a melhor mãe do mundo. Eu não tenho aspiração de um dia ser a melhor mãe do mundo porque nunca vou conseguir ganhar de você.

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Desabafo I

Estamos passando por uma fase do cão. Em geral, sou bem sensível para entender os problemas dos meus filhos e ajudá-los a resolver. Desta vez, não sei. Não sei se foi porque tiramos férias juntos pela primeira vez e depois voltaram para a realidade, não sei se a rotina na escola está muito diferente sem a professora e os amigos que estão de férias ainda, não sei se foi porque mudei a mesinha de brinquedos do lugar, não sei se estou diferente, não sei se é o frio, não sei. Só sei que não sei o que fazer.

Eles estão muito bagunçados e agitados há algumas semanas. Do tipo que faz todo mundo que convive com eles comentar alguma coisa do tipo “nossa, eles não param”. Eles chegam em casa e destroem. Meu filho vai pra fono e a moça fica louca. Berram na perua. Deixei um dia em casa com minha mãe por uma hora e, quando voltei, ela estava de goleira na frente do móvel da TV para que eles não mexessem em mais nada. Deram para colocar mão na comida, fazer xixi na roupa de propósito, abrir meus armários e muitas outras coisas claramente irritantes.

Tá. Eu consigo enxergar que estou exagerando. Não é que está tudo tão mal assim o tempo todo. Não. Temos lindos momentos de muito amor e obediência. Mas a fase está mais caótica que o normal.

Aí eu me dei conta que eu tenho mais medo de assustar as pessoas que convivem com a gente do que efetivamente de ter que lidar com as birras. Tenho medo que um dia a tia da perua me diga que não aceita mais os dois. Tenho medo que a escola me diga que assim não dá mais, que só posso matricular um no próximo ano. Tenho medo que ninguém mais queira frequentar a nossa casa, porque isso aqui parece uma escola de samba no Anhembi. Tenho medo de não receber mais convites para sair com eles. Tenho muito medo que eles percebam que as pessoas não dão conta e se chateiem ou que se afastem de pessoas de quem eles gostam.

Aí eu fico me perguntando se nós realmente já não assustamos as pessoas. Desculpam, filhotes, eu fico. Eu me pergunto quantas vezes recebo convites para ir à casa de alguém com eles versus quantas vezes em convido para fazer isso. Eu diria que em 95% dos casos, eu me convido, e isto me assusta. Me dei conta de que eles nunca receberam um convite para passear com ninguém. Nem nunca receberam convite para brincar na casa de um amiguinho (o que pode ser culpa minha, já que a mãe também precisa ser legal para que a outra mãe queira iniciar uma amizade materna). Me dei conta também que eu mesma tenho preguiça antecipada de interações sociais. Por exemplo: descobri hoje um restaurante vegetariano e orgânico bacana e pensei em almoçar com eles lá nesse final de semana. Mas imediatamente fiquei me perguntando se eles vão correr pelo lugar, se vão mexer em tudo, se vão comer com as mãos, como é que vou fazer para levar um no banheiro enquanto o outro está aprontando alguma coisa e não sei se vou. Outro exemplo: comprei ingressos para uma peça de teatro amanhã e também estou sofrendo por antecedência porque é sempre caos. Eles não ficam do meu lado, se penduram em tudo, mexem mas coisas dos outros e só tenho duas mãos. Mais um exemplo: levei os dois no Simba Safári outro dia e eles fizeram tanta confusão no carro durante a ida (brigaram, tiraram sapatos e meias e jogaram no chão, choraram) que fiz o percurso todo até o local me arrependendo amargamente por ter saído de casa com eles e quase voltei. Durante o passeio nos divertimos muito, foi realmente legal. Mas na volta estavam cansados, com fome e frustrados com o fim do dia e eu lamentei tudo de novo. Só mais um exemplo: meu novo chefe sugeriu que eu levasse meus filhos um dia para conhecer o escritório e os colegas e eu pensei: “HAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH tá doido?”.

“Gêmeos de 3 anos” é uma coisa assustadora, entendo. Uma criança mais uma criança igual a umas cinco crianças. É difícil. E, principalmente, solitário. Solitário pra mim, porque sou a mãe e fico aqui na sexta à noite conversando sobre maternidade com meu iPad porque não sei o que fazer/ como lidar/ qual o problema. Solitário para eles, porque eles deixam de fazer muitas coisas divertidas porque é muito assustador cuidar dos dois.

Antes que eu receba xingamentos e protestos, eu amo meus filhos, tá? Cuido muito bem, trato muito bem, me esforço para ser paciente e vou dedicar minha vida toda aos dois. Se alguém achar que é uma piração de uma pessoa despreparada para a função de mãe, dois brigadeirinhos estarão à disposição para qualquer convite para passeios nesse final de semana, para uma aula experimental. Mas só vale se levar só os dois, para ver como é. É só ligar.

PS: se de uma hora para outra começarmos a receber mais convites, quero deixar bem claro que não tentei dar indireta para ninguém. Mas meus bebês desconhecem a existência de um blog e ficarão genuinamente felizes com isso, ok?

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O casamento do meu melhor amigo

O meu melhor amigo vai se casar em um lindo sábado na véspera de dia das mães.

Casamentos não são eventos para crianças. Ou não são eventos especificamente para meus filhos. Ou eu não sei ser a mãe que leva os filhos em casamento sem enlouquecer. Em três bullets, vamos lá:

  • Cerimônia de casamento requer que você fique parado e em silêncio. Você não precisa necessariamente prestar atenção, mas precisa ficar em silêncio necessariamente. Meus filhos não têm essa capacidade. Eu até consigo entendê-los, porque sei que os padres só ficam pedindo para que as pessoas levantem e sentem a cada dois minutos para que ninguém durma, sejamos sinceros.
  • Drinks coloridos e caipirinhas de frutas deixados sobre as mesas da festa são um erro. Eu já os levei em uma festa de casamento e fiquei louca tentando convencê-los que eles não podiam tomar os sucos de frutas nem as bebidas com guarda-chuvinhas lindos.
  • Nesta mesma festa, meu filho foi até a noiva e pediu colo para ela no meio da cerimônia. E ela estava com um tomara-que-caia. Eu não quis ser a louca correndo atrás da criança no vídeo do casamento e resolvi ficar no meu lugar bem quietinha fingindo que o filho não era meu. Deixei ela se virar.

Em resumo, eu os levei em uma festa de casamento e passei a noite toda na função: levei ao banheiro, peguei água, pedi frutas cortadas para o tio da caipirinha, fiz os pratos do jantar dos dois, cortei tudo para eles poderem comer, não jantei porque eles terminaram antes de conseguir fazer o meu prato, fiquei de olho para que não tomassem nenhuma bebida alcoólica, fiquei de olho para que não saíssem pela porta e fugissem pelo estacionamento, fiquei de olho para que não comessem nada do chão e atendi um milhão de outros pedidos aleatórios que eles me fizeram. Fiz cabelo, maquiagem e comprei um vestido novo achando que eu ia ficar sensualizando na pista conversando com os amigos que não via há muito tempo, mas isso não deu tempo. Então eu não pretendo levá-los de novo em casamento por uns bons anos.

A opção que eu teria para não levá-los comigo seria dormir na casa do meu pai. Mas é véspera de dia das mães e eu quero que eles durmam em casa. Quero que eles acordem em casa, que me levem o café da manhã na cama e me entreguem todos os cinco presentes que compraram para mim, sabe? Não vou abrir mão disso.

Aí eu vou dizer uma coisa muito séria: se você tem alguma pessoa querida e disponível que tope ficar dentro da sua casa cuidando de suas crianças (inclui banho, jantar e colocar para dormir), cuide bem dela. Uma amiga tem um pai assim – ele sempre vai até a casa dela quando ela tem algum compromisso à noite. Um amigo tem uma irmã dessas, que coloca a filhinha dele para dormir e espera ele chegar. Tenho vários exemplos que dão inveja. Eu não tive essa sorte. Cuidaria com todo amor e carinho dessa pessoa se ela existisse em minha vida.

Eu tenho uma folguista, é verdade. Mas sair de casa arrumada para uma festa no final da tarde de um sábado e deixá-los sozinhos com uma pessoa com quem eles não têm tanta intimidade está fora de cogitação. Aí eu tenho sensação de abandono e não consigo. Não vai rolar.

Esperei a vida toda para bancar a Julia Roberts no casamento dele, mas não vou conseguir. Que droga. Ser mãe muda mesmo nossas prioridades.

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Cansar e dormir

Meus filhos não param quietos um minuto. Minha filha até seria uma criança mais quietinha, princesinha, calminha, se não tivesse um irmão-catalisador da bagunça. Meu filho é um furacão. Eu ainda tenho dúvidas se ele tá melhor ou pior que o Luke, nosso labrador, que há uns anos me fez achar que o dono do Marley estava exagerando e que o Marley nem era tão mal assim. Isaac simplesmente não pára de mexer o corpo, não fica no mesmo ambiente mais que 3 minutos, não anda – só corre e pula. Acho meio exagero ficar rotulando de coisas tipo hiperativo, mas haja energia para acompanhar.

Eles foram visitar o vovô nesse final de semana e, assim que entrei no apartamento para buscá-los, presenciei meu filho caindo no chão junto com a cadeira, a mesa da cozinha e a cesta de frutas (acho que ele estava atrás de uma banana). Depois daqueles cinco minutos de gestão de caos – criança berrando, coisas espalhadas pelo chão – meu pai se senta com cara de quem correu uma meia maratona e me fala:

– Minha nossa senhora, cada vez que ele vem aqui ele está mais levado. Sobe em tudo, mexe em tudo, dá vontade de colocar um GPS nele para saber em que ambiente da casa ele está. Ele não pára nunca?

Não, nunca.

Minha mãe costuma me dizer.

– Você está só pagando seus pecados. Você era igualzinha. Na verdade, você era pior. Agradece que pelo menos esse menino dorme, porque nem isso você fazia para me dar um pouco de paz!

Ah, tem isso. Não posso reclamar. Se durante o dia meu filho contribui para que eu queime calorias e compense os dias que não consigo ir malhar, pelo menos ele apaga como uma pedra a noite todinha. Não acorda nem quando eu o reviro na cama para trocar fralda.

Na quarta-feira passada tivemos feriado e ficamos em casa. Acordamos 8h30 e eles quase me levaram a um esgotamento físico até o almoço. Depois dormiram das 13h00 às 17h00. QUATRO horas de sono, de paz, de silêncio. Acham que isso atrapalha o sono da noite? Nada. Depois de seguirem destruindo tudo o que viam pela frente, deitaram às 20h30 e dormiram até 7h30 no dia seguinte. Lindo, vai?

Tem gente que me fala que criança que come bem é uma benção. Tem quem acha que criança com saúde é uma benção. Outros vão dizer que criança inteligente é tudo de bom. Não, gente: benção é criança que dorme.

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Direito de ser avulsa

Recebi um e-mail super carinhoso de uma leitora que, entre outras coisas, disse que admirava a forma como eu mantenho meus interesses pessoais mesmo depois de virar mamãe. Obrigada, querida, de todo meu coração, por essas palavras. Fiquei feliz por saber que no mundo não existem somente as pessoas que criticam as mamães que não dedicam absolutamente todo o tempo delas para seus filhos, chamando-as de péssimas mamães.

Deixa explicar melhor: eu ouvi críticas porque fui a um casamento (em junho) e a um aniversário (em setembro) sem meus filhos. Absurdo, né? Que raio de mãe fica longe de seus bebês para estar ao lado do melhor amigo do dia do casamento dele? E ainda toma um copo de bebida alcoólica, vai dormir de madrugada e acorda tarde no dia seguinte? Que horror, gente! Se revolveu ter filhos, deveria saber que sua vida estaria dedicada a exercer o papel de mãe, exclusivamente mãe, e é obrigatório abrir mão de toda e qualquer coisa que não incluam bebês e crianças. Como assim uma mãe vai a uma festa de aniversário? Não pode, não. Tem que explicar ao aniversariante que ela é mãe, que tem filhos, e que sábado à noite é dia de ficar em casa com os filhos, até que eles entrem na adolescência e comecem a ir para as próprias baladas. Como assim os bebês foram dormir na casa do vovô? Que mãe desnaturada tem coragem de deixar os filhos dormirem na casa de seu próprio pai e de sua madrasta, ao lado de sua irmã mais nova? Bebês precisam dormir na casa da mamãe e do papai durante os primeiros 15 anos de vida, porque só assim serão felizes e realizados. É óbvio, pô. É só explicar para todos os amigos que mãe não é mais um ser avulso, individual. Mãe é um ser grudado em seus filhos. Ou a mãe leva os filhos para cima e para baixo ou fica em casa com eles. Juntos, bem perto, o tempo todo. Sim, ouvi esse tipo de coisa. Não importa se no mesmo período nós fomos ao zoológico, ao circo, ao parque, à praia, a um hotel fazenda, se fomos jantar ou almoçar na casa das minhas avós e de amigos, se fizemos pão juntos em casa, se trabalhei de casa quando minha filha ficou dodói, se estávamos juntos todos os dias no café da manhã, no caminho para a escola e antes de dormir, se levantei da minha cama todas as madrugadas para checar se as fraldas estavam muito molhadas, nada disso importa. Importa a minha falta de sensibilidade por ter ido a um casamento e a uma festa de aniversário sem meus filhos.

Gente, vamos lá. Manter os interesses pessoais não é fácil, não. O(s) bebê(s) chega(m) e a gente mergulha em uma infinidade de assuntos nunca-jamais-antes-vistos, dos mais complexos (como eu explico para meu filho que não vou fazer uma chuquinha nele sem ser sexista?) aos mais bobos (qual a melhor marca de lenços umedecidos?). Bebês e crianças ocupam facilmente todo o tempo que passam com os papais: querem brincar, precisam de atenção, querem falar, fazem bagunça, precisam se alimentar, se trocar, precisam de cuidados. Fazem coisas que nos deixam felizes, coisas que nos deixam bravos, fazem coisas fofas que nos fazem sair contando para todo mundo. Quando não estamos com nossos filhos, porque estão dormindo ou estão na escola, passamos boa parte do nosso tempo pensando neles: nas consultas médicas que precisamos agendar (lembrete: marcar dentista para os bebês), nos materiais que a escola nos pediu para enviar, no que vamos fazer no final de semana com eles, nas roupas que ficaram pequenas e que precisam ser substituídas. É um passo muito pequeno para nos tornamos mamãe 24 x 7 e esquecer de todo o resto.

Mas o fato é que eu gosto de muitas coisas de adulto. Cometo esse pecado e não tenho vergonha de assumir. Gosto de ler e conversar sobre assuntos que não vou conseguir dividir com meus filhos durante os próximos dez anos: a polêmica dos beagles, a espionagem do Obama, a Dilma cancelando viagem para os isteites, os drones, os desfiles do SPFW, os médicos cubanos, o despreparo da polícia, os animais em extinção, a capa da Economist, o dono da empresa de macarrão que disse que os homossexuais devem consumir outras marcas, os hormônios do frango. Com meus filhos, tudo o que eu conseguiria como resposta seria um “eu quero comer macarrão (não importa a marca)” e um “cachorrinhos e golfinhos são fofos”. Eu gosto de ir ao cinema para ver filme de adulto. Gosto de teatro, de museu, de exposições de arte, de música ao vivo, de comer em restaurante sem estar cercada por feijões jogados no chão e talheres batendo nos pratos espirrando molho de macarrão. Gosto de ir na academia (na verdade, nem tanto assim, mas me obrigo a ir). Gosto de correr no parque, de andar de bicicleta, de ler em silêncio e sem interrupções, de tomar cerveja, de fazer uma comida apimentada, de tomar banho com calma, de ficar sozinha.

É claro que tenho menos tempo para as coisas que eu gosto depois que virei mamãe, porque é claro que ficar com meus filhos é maior prazer que tenho na minha vida. É claro também que eu não sou uma pessoa amargurada porque só fui ao cinema três vezes esse ano. Mas, sim, eu faço algumas coisas sem os dois. Acho saudável. Tenho CERTEZAMAISQUEABSOLUTA que não falta muito amor, muito carinho, muita dedicação para eles e que posso me dar esse luxo absurdo, inimaginável, imperdoável e cruel de ter uma parte do tempo para mim. Acho também que cada mamãe cria seus filhos como quiser, como bem entender, que não tem certo, não tem errado, não tem julgamento, e a única exigência é que exista amor. De resto, gente linda, deixa conosco, que as mamães sabem o que fazem, eu juro.

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Bisavó moderna

Domingo foi dia de levar os bebês para visitar a bisavó Ruth, mãe do meu pai, minha avó italiana. Eu já sabia que não deveria esperar uma macarronada caseira com um bolo caseiro de sobremesa, porque minha avó parou de cozinhar há alguns anos. O que eu não esperava era ouvir minha avó me dizer, logo após abrir a porta do apartamento dela:

– Esperem um pouquinho, que tem três minutos de prorrogação e quero ver se o Corinthians faz um gol. O empate é nosso, mas mesmo assim seria bom sair um gol.

Oi?

Sério, vó?

Cadê as velhinhas de antigamente, senhor?

PS: sim, acabei de criar um tag chamada “futebol” no meu blog. E não foi por causa do papai, ou do vovô, ou de nenhum amigo corinthiano. Foi por causa da minha avó!

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