Pô, Globo

Eu não assisto novelas. Não só porque geralmente ainda estou trabalhando no horário, mas porque acho ruim mesmo. Na minha opinião, só não são piores que outras três coisas que passam na Globo: 1) Faustão, 2) BBB e 3) Globeleza.

Mas soube que a vilã da última novela das nove tinha um terrível segredo que seria revelado e poderia explicar todas as maldades que ela cometeu: ela foi adotada. E é claro que isso gerou uma grande revolta nas pessoas que acreditam que adoção é um ato de amor e que sabem que tudo o que foi dito na novela é preconceito. As pessoas não se tornam más porque foram adotadas. O fato de uma pessoa ser filha biológica de uma pessoa que tinha uma doença (no caso da novela, a genitora era esquizofrênica) não necessariamente a torna doente. Também não faz sentido questionar o verdadeiro sobrenome da vilã, que foi adotada legalmente e tem, portanto, o sobrenome da família adotiva, nem se ela teria mesmo direito à herança, pois filhos adotivos são filhos e têm todos os direitos que os filhos têm. E, por fim, nenhum filho adotivo deveria ter vergonha ou tentar esconder suas origens, porque isso faz parte da história das pessoas e deve ser preservado. Se geralmente a Globo trata com cuidado alguns temas delicados em suas novelas, como drogas, alcoolismo, violência doméstica, custava ter tomado cuidado também com a questão da adoção?

Eu li sobre o assunto no blog da Silvana do Monte Moreira, que enviou uma carta à Rede Globo sobre o assunto e que está aqui. Hoje encontrei um vídeo de uma campanha que a Globo lançou junto com ANGAAD sobre sobre a adoção, feita pela mesma atriz que interpretou a vilã na novela. Achei legal, mas mesmo assim: pô, Globo!

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