A questão do nome da criança foi discutida em grupos de apoio e também durante as entrevistas com a psicóloga do fórum e é um ponto sobre o qual vale a pena refletir.
No nosso caso, nunca conseguimos decidir um nome de menina e um nome de menino que gostássemos. Quando decidimos pela adoção, essa discussão perdeu o sentido. Mas sei que muitos papais e mamães desejam determinado nome desde sempre. E, sim, a lei permite que o nome da criança seja alterado no processo de adoção.
O que achamos, compartilhando a opinião da nossa psicóloga e de palestrantes que ouvimos, é que isso deve ser pensado com muito, muito carinho. O sobrenome, esse sim, será alterado e a criança passará a ter o sobrenome dos papais adotantes. Mas o primeiro nome faz parte da história dela. Ela era chamada por esse nome na família biológica e continuou a ser chamada assim durante o abrigamento. Trocar o nome é apagar a história que ela já tinha começado a construir. Trocar o nome pode gerar uma crise de identidade. Aos 27 anos, eu não quis acrescentar o sobrenome do meu marido ao meu, porque achei que não deveria mudar o nome que eu sempre tive na vida. Hoje fico imaginando como seria ter que mudar o meu primeiro nome.
A psicóloga nos disse que é comum as pessoas mudarem a forma de escrever o nome (o exemplo que ela nos deu foi da Thaynná que passou a ser Tainá). Também sei do caso do Pedro Paulo, filho de Ângelo Pereira (que escreveu o livro “Retrato em branco e preto – manual prático para pais solteiros”), que se chamava Pedro antes da adoção. Concordo que nomes muito bizarros devam ser repensados. Mas o simples fato de não gostar de um nome e preferir outro não justifica apagar esse pedaço da história da criança. Nós queremos que nosso(a) filho(a) tenha o nome que recebeu antes de chegar à nossa família.
[…] decidido que manteríamos o primeiro nome do nosso filho quando ele chegasse, como contamos aqui. Nós achamos que é uma maneira de respeitar e não apagar a história que eles viveram antes de […]