No dia 19 de julho, nós fomos ao fórum no horário agendado para reunião com a psicóloga, a mesma que acompanhou nosso processo de habilitação. O objetivo dessa conversa era conhecer toda a história das crianças e da família biológica que constava nos autos, desde a gestação até agora. Os papais adotantes têm que saber de tudo porque serão os “guardiões” de tudo o que aconteceu com eles, até que eles tenham idade e maturidade para conhecer os detalhes de sua história.
Depois de conhecer o processo, tivemos que decidir se iríamos ou não fazer a primeira visita para eles no abrigo. Saímos do fórum direto para lá. É comum que a primeira visita seja coletiva, ou seja, nós sabíamos quem eles eram, mas interagimos com várias crianças ao mesmo tempo e não nos aproximamos tanto. Quando vão conhecer bebês mais novinhos, os pretendentes podem fazer visita individual no primeiro dia. Como nossos bebês já têm 1 ano e 3 meses, nós ficamos junto com o grupo de amiguinhos para eles não estranharem. Eles são muito lindos e muito fofos, os dois!
Após a primeira visita, ficamos de ligar para o fórum, para dar resposta se pretendíamos continuar a aproximação com os bebês. Como, ao mesmo tempo, o fórum ainda precisava anexar alguns outros documentos deles ao processo, combinamos com a psicóloga que esperaríamos o final de semana e a chegada dos documentos para responder.
E foi um final de semana bastante diferente. Decidimos não ver ninguém para poder conversar o quanto quiséssemos. E o tempo todo pensávamos “quando será que vamos fazer isso de novo?”, por exemplo, depois de ir ao cinema no sábado às 22h ou de acordar às 10h no domingo. Nós já sabíamos que não deveríamos esperar ouvir “sininhos” ou “fogos de artifício” ao ver as crianças pela primeira vez. Mas mesmo assim ficamos esperando um sinal ou uma intuição para sabermos se eram eles. E o que aconteceu é que na segunda-feira, quando voltamos para o trabalho, sentimos saudades. E então avisamos nossa psicóloga que iniciaríamos o processo de aproximação no final de semana seguinte.
[…] Receber a ligação do fórum foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida e eu sabia bem como os dois estavam se sentindo. No dia que me ligaram, eu também estava trabalhando e não consegui mais me concentrar. Receber a ligação é uma alegria tão grande, misturada com um pânico tão grande quanto, pelo susto e por não ter enxoval. É indescritível. E foi uma delícia acompanhar de perto tudo o que eles estão sentindo, e ficar lembrando que há exatamente um ano nós estávamos passando pela mesma emoção. […]