Eu fiz uma perguntinha boba para os dois:
– Quem são os bebês da mamãe?
– A gente! – meu filho respondeu.
Aí minha filha manda a frase assustadora:
– A moça não quis a gente, né, mamãe?
Meu coração parou. Como assim a moça não quis vocês, gata? Que moça? Do que você está falando, meu?
Eu nunca diria uma coisas dessas para nenhuma criança, principalmente porque, em geral, isso não é verdade. A genitora dos meus filhos nunca declarou durante o processo que não queria ficar com as crianças, pelo contrário. Ela vivia nas ruas, doente e não tinha condições materiais e emocionais para cuidar dos dois. Tenho certeza que ela sofreu com a situação e que deseja o melhor para eles, de onde estiver.
Fiquei morrendo de medo de terem ouvido isso de alguém e perdi uns 15 minutos tentando entender de onde veio essa afirmação. Ela tem três anos e ainda é difícil contar as histórias inteiras exatamente como aconteceram, mas com muita paciência consegui decifrar.
Nós fomos ao supermercado um dia e coloquei os dois dentro do carrinho, porque senão era um bebê para cada lado e uma mãe louca correndo atrás. Aí eu disse para eles que eles eram meus bebês ainda e que tinham que ficar lá dentro. Quando a gente estava quase chegando no elevador que nos levaria do estacionamento até a loja, a porta se fechou porque a moça que já estava lá dentro não conseguiu esperar. E essa é a tal da moça que não quis a gente, justamente quando disse que eles eram meus bebês.
Filha, pliz, não assusta a mamãe desse jeito, não, poxa.
Oi Ruri, lendo esse post, gostaria de saber como você lida com essa questão com seus filhos. Eles fazem algum acompanhamento com psicólogo? Vcs tratam desse assunto com livrinhos? Tente escrever algo sobre isso, por favor.
Beijo e obrigada por seus post! Estava com saudade!