Estou tentando criar meus filhos sem sexismos desnecessários. Temos um longo caminho pela frente. Atualmente estou brigando contra o “isso é de menina” ou “aquilo é de menino”.
Com um menino e uma menina em casa, nós temos todo tipo de brinquedo. No início, logo que eles chegaram, eu decidi que brinquedo não tinha dono porque queria que eles aprendessem compartilhar as coisas. Como as roupas e objetos de higiene e de alimentação são pessoais, achei que os brinquedos poderiam ser coletivos.
E o tempo foi passando e recentemente eles apareceram com a “boneca de menina” e o “carrinho de menino”. Obviamente eles nunca disseram “boneca da Ruth” ou “carrinho do Isaac”, porque sabem que todos os brinquedos são dos dois. Mas meu filho de vez em quando me pergunta se pode brincar com a boneca de menina. E eu respondo pacientemente: “não existe brinquedo de menino ou de menina. Todos os brinquedos são de meninos e de meninas e vocês podem brincar com o que quiserem”.
Eu também nunca fiquei tentando influenciar o tipo de brincadeira ou qual brinquedo eles vão usar: eles realmente brincam com o que querem em casa. E também escolhem o brinquedo que levam para a escola toda sexta-feira, que é o dia-de-levar-brinquedo. Para escolher o brinquedo da escola, existe uma única regra: não podem levar brinquedos com muitas peças para não perder. Só. E minha filha em geral escolhe uma boneca e meu filho em geral leva uma panelinha, uma Barbie ou um super-herói.
Não sei se ele sofre algum tipo de bullying na escola. Ele ainda não conseguiu me contar ou ainda é muito pequeno para entender. Se acontecer, vamos conversar bastante. Óbvio que eu espero que os outros papais me ajudem nisso. Mas eu, pelo menos, já ficarei feliz se souber que meus filhos nunca tiram sarro de um menino com uma boneca ou de uma menina com um carrinho. Já vou ficar bastante feliz se um dia as tias me contarem que eles ensinam para os coleguinhas que não existe sexo nos brinquedos e que, portanto, eles podem emprestar para quem quiser.