Uma das coisas mais difíceis para mim na maternidade foi perder a liberdade. De uma hora para outra você se prende aos horários de suas crianças e precisa respeitar. Eles que mandam. Eles que definem a semana. Não, não pode mais fazer o que quer a hora que quer.
Aí acontecem as “férias com o pai” na vida de uma mãe solteira e você acha que vai curtir a vida loucamente. Faz planos mil. Oba. Só gandaia. E, na prática, descobre que: 1) as pessoas sem filhos também não topam mil jantares durante a semana porque estão entregando projetos no trabalho, 2) as pessoas com filhos estão cuidando das crias e não têm com quem deixá-los, 3) não tem tanta coisa que eu queira ver no cinema, 4) não tenho tanta coisa para comprar no shopping, 5) não tenho pique pra balada e quero ir cedo pra academia, 6) academia à noite é um inferno, 7) ficar até escurecer no escritório não faz sentido algum e 8) chove no final da tarde e dá vontade de voltar pra casinha.
Aí chego em casa e está tudo no lugar. Tudo como deixei. Escuro. Silêncio. Quando morava sozinha, achava esse encontro com a casa vazia-silenciosa-comodeixei um dos maiores prazeres da vida. Hoje me sinto um ET aqui.
Tô com saudade. Não vejo a hora de sair correndo todo dia para ver vocês. Não vejo a hora da bagunça, da agitação e até da irritação porque vocês aprontam uma coisa por dia. Tá chato, viu?