Achei esse texto uma graça. Principalmente quando ela escreve: “Encontre alguém que deixe o telefone do seu lado para emergências. Alguém que não queira te deixar sozinho nesse estado, mas que se tiver que sair, fique com a cabeça em você. Alguém que cancele os compromissos do fim de semana, se acomode ao seu lado no sofá, coloque um filme e faça carinhos na sua barriga que ainda faz “blorgh-blorgh-blorgh”.”
Se você quer ser mãe ou já é mãe, vou completar: apaixone-se por alguém que cuide de criança doente.
Vamos aos fatos: criança doente enlouquece. Não sabem o horário dos remédios nem conseguem tomá-los sozinhas. Às vezes não chegam limpas até o banheiro quando estão com diarréia. Perdem o apetite e começam a não querer coisas que sempre adoraram. Ficam em casa entediadas e começam a ter ideias de jerico. Ficam entediadas por não poder sair e perdem o sono. Ou têm sono mas não conseguem dormir por causa da tosse. Não percebem que estão com febre e a gente tem que ficar atrás delas com termômetro. Não param quietas para fazer inalação. Cospem o remédio no chão. Dureza, para não dizer nada mais grosseiro e perder a linha. E, depois de tanto esforço, criança não agradece, né? Ela olha pra sua cara e manda um: NÃO QUERO TOMAR BANHO AGORA PORQUE ESTOU MONTANDO QUEBRA-CABEÇA, SUA CHATA!!!
Então, apaixone-se por alguém que cuide de criança doente. Alguém que cancele os planos de viagem no feriado, passe na farmácia e comece a controlar os horários do antibiótico. Alguém que faça home-office se for preciso, já que cuidar de criança chata doente não é papel só da mãe. Alguém que divida a cozinha imunda, os lenços para limpar nariz catarrento, as crises de tosse no meio da madrugada. Apaixone-se por alguém que não reclame da sujeira-bagunça-chatice da situação, porque nenhuma criança tem culpa por ficar doente. Apaixone-se por alguém que esteja com um sorriso nos lábios e carinho no olhar assistindo desenho no domingo à tarde, mesmo que o plano original fosse totalmente o oposto.
É bom se apaixonar por alguém que goste de viajar, que goste de ler, que goste de esportes. Mas, se existem crianças no planejamento estratégico, vai por mim. Na hora do antibiótico, você não vai querer viajar, nem ler, nem ir ao cinema: você vai simplesmente querer que alguém limpe um bumbum de cocô enquanto você toma um banho.