Chorei lendo as notícias sobre os porquinhos no Rodoanel.
Fiquei feliz por ser vegetariana. Feliz porque eu não iria consumir a carne desses porquinhos no almoço de domingo.
Fiquei bem triste por causa dos porquinhos.
Quando virei vegetariana, eu já era mãe há uns 8 ou 9 meses, mais ou menos, e meus filhos consumiam carne, frango e peixe em casa e na escola. Foi um desejo meu, por diversas razões que eram só minhas, e só eu parei de consumir carne na família.
Eu não quis insistir em uma alimentação vegetariana na escola por dois motivos. Primeiro, eles já tinham dois anos e já sabiam o que era a “carninha” e o “franguinho”, então achei que eles estranhariam muito se a escola tirasse esses alimentos dos pratos deles enquanto os amiguinhos continuariam comendo as mesmas coisas todos os dias. Não quis que eles achassem que a mamãe e a professora resolveram proibir algo que era normal de uma hora para a outra. Em segundo lugar, porque acho – ainda acho – que se tornar vegetariano é uma decisão pessoal, e fiquei esperando os dois crescerem um pouco mais para falar sobre isso.
Em casa, só tem carne de soja, mas nunca conversamos sobre a diferença entre a carne que vem dos animais e a carne que comemos. Quando visitamos alguém e tem carne animal na refeição, eles comem se quiserem, eu não como, e eles nunca questionaram. Eu achava que devia deixá-los à vontade para perceber que não como carne, que não compramos carne em casa, para perguntar, para formar a opinião deles e, só então, decidir. Sem pressa.
Até hoje.
Hoje fiquei pensando que eles já são capazes de entender que os animais sofrem. Que a carne que comemos muitas vezes vem de um bichinho que não viveu e/ ou não morreu com diginidade e que, portanto, sofreu. Hoje fiquei pensando que já está na hora de, aos pouquinhos, começar a conversar com meus dois mocinhos sobre o assunto e incentivá-los a pensar.
Alguém aí é mamãe vegetariana ou papai vegetariano e quer me dar umas dicas?