Nossos brigadeirinhos chegaram através do fórum onde fizemos nosso processo de habilitação para adoção. Nós nunca visitamos nenhum abrigo para procurar nossos filhos por um motivo bem sério: as crianças abrigadas não são produtos expostos em vitrines e ninguém deve ir aos abrigos para “escolher” a mais bonitinha, mais engraçadinha, mais educadinha ou sei-lá-o-que. Um segundo motivo seria que nem todas as crianças abrigadas estão disponíveis para adoção: muitas ainda têm algum vínculo com a família biológica ou ainda estão aguardando o processo de destituição de poder familiar se encerrar.
Nós acompanhamos alguns grupos de discussões virtuais, onde eventualmente as pessoas divulgam crianças disponíveis para adoção. O GAARJ (Grupo de Apoio à Adoção do Rio de Janeiro) tem um fórum aqui e acompanhamos como “ouvintes” uma comunidade no Orkut chamada GVAA – Adoção, um exemplo de amor (como “ouvintes”, porque um dos requisitos para ser membro é ter perfil no Orkut com muitos amigos e outras comunidades – muito difícil!). Conheci uma amiga que adotou através dessas divulgações. Geralmente são crianças que não encontraram pretendentes na própria comarca e isso provavelmente aconteceu porque estão fora dos perfis mais desejados, ou seja, não são bebês, têm irmãos ou problemas graves de saúde.
O processo de destituição de poder familiar de nossos bebês foi conduzido pelo mesmo fórum onde fomos habilitados. Quando estavam destituídos e o fórum começou a procurar uma família substituta para os dois, fomos chamados. Então achamos justo dizer que foram nossos filhos que nos encontraram!