Por “legal”, eu não quis dizer cool. Eu quis dizer correta, dentro da lei. Por misericórdia, gente. Porque vocês adultos – aspirantes à adoção ou gestantes que desejam entregar suas crianças – até podem querer correr o risco de fazer algo fora da lei. Mas não deixem crianças no meio dessa história, porque elas não merecem sofrer (e vão sofrer).
Para as gestantes que desejam entregar suas crianças:
Recebo muitos e-mails de gestantes que querem entregar as crianças para adoção. Não julgo. Entendo. É um ato de amor saber que não tem condições (financeiras, emocionais, qualquer que seja) para ser mãe ou que não deseja ser mãe e procurar a melhor maneira para entregar a criança para adoção.
Procure a Vara da Infância mais próxima e siga o processo legal. Não abandone o bebê logo após o nascimento, porque, além de expor a criança a riscos, abandono é crime. E, tão importante quanto: não entregue a criança a qualquer família sem passar pelos trâmites legais.
Alguém que registra uma criança como filho biológico sem ter parido esta criança está cometendo um crime. Falsidade. Recentemente li sobre o caso de vizinhos que denunciaram um casal que do nada apareceu com um bebê e eles foram presos. Quem sofre mais? A criança, inocente, que foi separada de alguém que a havia acolhido. Sim, houve vínculo. Mas houve vínculo com alguém que cometeu um crime e quem comete crime é preso. Ou alguém é a favor da impunidade?
Já recebi e-mails de moças que pretendiam registrar como pai biológico o homem adotante. A ideia é dar a guarda para este homem e sumir. Aí você comete o mesmo crime de falsidade ideológica. E aí você priva a criança dos direitos legais que ela teria por ser reconhecida como filha da mãe adotante ou do outro pai adotante (coisas super supérfluas como inclusão no plano de saúde, herança, direito a viajar com eles, sobrenome etc.). E corre o mesmo risco de serem descobertos, de a criança ser recolhida, afastada e sofrer.
Mas as gestantes dizem que só se sentem tranquilas em entregar a criança se conhecerem a nova família e tiverem certeza que ela estará em boas mãos. Quem tem conhecimento e metodologia adequada para avaliar se alguém está apto a adotar são os profissionais das varas da infância que habilitam pretendentes à adoção. Eles fazem entrevistas, visitas, análises de documentos, oferecem cursos, uma porção de coisas para garantir isto. Para isto existe um processo de habilitação à adoção. A criança estará em boas mãos. Você, gestante, pode ter todas as boas intenções do mundo, mas não é a melhor pessoa para escolher uma nova família. Conhecer a nova família não é um direito de quem entrega a criança. Então, se está fazendo um ato de amor de entrega-la para uma adoção, tem que abrir mão de algumas coisas, faz parte.
Para finalizar: não peçam dinheiro para pessoas interessadas em adotar sua criança. Elas também estão vulneráveis e vão pagar seus exames, medicamentos, o que for preciso para o bem-estar da criança. E isto pode ser entendido como venda da criança.
Para os aspirantes à adoção:
Sigam o processo legal. Não sejam criminosos. O coração fica apertado com a espera, mas saibam que a espera vai ser mais curta quanto mais flexíveis e realistas vocês forem em relação ao perfil da criança que desejam adotar. Não cometam um crime porque não querem ser flexíveis com o perfil. Se estão realmente interessados em um perfil mais “difícil” (existe o clássico recém-nascido, branco e sem nenhum problema de saúde), esperem, que uma hora a criança vai chegar! Demora, mas chega. Demora porque a realidade das crianças que estão disponíveis para adoção é outra. Faz parte. Não. Sejam. Criminosos.
Além dos motivos acima que direcionei para as gestantes, existem outros. Esta gestante pode se arrepender. Ela tem direitos. Ela pode ter a criança de volta. Pais adotantes e crianças irão sofrer. Vocês não terão apoio da justiça porque fizeram uma adoção ilegal. Não corram este risco.
Um outro ponto: gestantes que desejam entregar a criança para adoção geralmente estão vulneráveis financeiramente. Geralmente precisam de dinheiro. Repetindo um post meu antigo: pagar qualquer coisa para a genitora (as despesas de parto, exames médicos, qualquer coisa) pode posteriormente ser entendido como tentativa de compra do bebê. Não há dinheiro envolvido em adoção. Não. Sejam. Criminosos.
Espero ter sido clara. Estou tentando ajudar. Pelo bem das crianças, não permitam que elas estejam no meio de trâmites ilegais. Protejam as crianças seguindo a lei. Ponto.
Primeiramente quero deixar um Feliz 2016 para todos.
Sou moradora do RJ já tive 5 gravidez equitópicas, e já fui informada que no meu caso não seria seguro para a minha vida uma gravidez comum, tendo em vista que posso ter outra gravidez que evolua nas trompas e novamente correr risco de morte. Então fico com a opção de fazer uma inseminação artificial ou adoção.
Recentemente recebi a ligação de uma prima que mora em PE e conhece a minha história e atualmente está gravida de seu 5 filho, sem condições financeiras e emocional para criar essas crianças, tendo em vista que avó materna das crianças já cuida dos 3 mais velhos e o pai da mais nova, que é alcoólatra, cuida da mesma como auxilio da mãe dele que recentemente sofreu um AVC.
Pois bem, minha prima de primeiro grau, ofereceu que eu cuide do filho dela que esta para nascer, prontamente me alegrei, mas só o faria se fosse de forma legal, para assegurar o direito da criança e não cometer nenhum crime, como já venho pesquisado.
Gostaria de saber se com todo o histórico eu consigo dentro da lei adotar o filho de minha prima dentro da lei?
Já pesquisei e estou dentro dos principais requisitos para adotar uma criança, mesmo não estando cadastrada para tal.
Sou casada tenho 33 anos, e gostaria muito de ser mãe desse bebe, minha prima ficou feliz em saber que poderia ter o filho bem cuidado e não o perder de vista.
Desde já agradeço.