Arquivo da categoria: Fofuras

Não são mais gêmeos

Minha filha esticou. Está bem mais alta e com menos cara de bebê que o irmão. Tá moça. Tão moça que há uns meses ninguém mais me pergunta se são gêmeos. Quem os conhece agora assume que ela é um ano mais velha.

Tô aqui vendo na prática como é verdade que as mulheres amadurecem mais rápido. 🙂

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Ruim com eles, muito pior sem eles

Uma das coisas mais difíceis para mim na maternidade foi perder a liberdade. De uma hora para outra você se prende aos horários de suas crianças e precisa respeitar. Eles que mandam. Eles que definem a semana. Não, não pode mais fazer o que quer a hora que quer.

Aí acontecem as “férias com o pai” na vida de uma mãe solteira e você acha que vai curtir a vida loucamente. Faz planos mil. Oba. Só gandaia. E, na prática, descobre que: 1) as pessoas sem filhos também não topam mil jantares durante a semana porque estão entregando projetos no trabalho, 2) as pessoas com filhos estão cuidando das crias e não têm com quem deixá-los, 3) não tem tanta coisa que eu queira ver no cinema, 4) não tenho tanta coisa para comprar no shopping, 5) não tenho pique pra balada e quero ir cedo pra academia, 6) academia à noite é um inferno, 7) ficar até escurecer no escritório não faz sentido algum e 8) chove no final da tarde e dá vontade de voltar pra casinha.

Aí chego em casa e está tudo no lugar. Tudo como deixei. Escuro. Silêncio. Quando morava sozinha, achava esse encontro com a casa vazia-silenciosa-comodeixei um dos maiores prazeres da vida. Hoje me sinto um ET aqui.

Tô com saudade. Não vejo a hora de sair correndo todo dia para ver vocês. Não vejo a hora da bagunça, da agitação e até da irritação porque vocês aprontam uma coisa por dia. Tá chato, viu?

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Barata

Tô na rede, curtindo um ventinho, e o clubinho passa por perto cantando:

“Ninguém me ama
Ninguém me quer
Por isso eu vou comer barata

Barata frita
Barata assada
Sopa de barata

Pega a baratinha
Tira a cabecinha
Chupa a melequinha
E joga o resto fora”

Adoro monitores de hotel.

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Colo

Mamãe sentada numa poltrona na casa da minha vó, cochilando, tipo velhinha depois do almoço, sabe?

– Mamãe, você tá com sono? Quer nanar no meu colo?

– !

Alguém recusa uma oferta dessas? Ele sentou no sofá, acomodou os brinquedos e deixou as perninhas livres. Deitei e dormi. Com cafuné. Meia hora. Até sonhei. Quem conhece meu filho sabe bem que foi a primeira e única vez que ele ficou sentado meia hora. Só saí de lá porque ganhei um beijo na boca do meu labrador.

E agora eu só penso em voltar pra casa todo dia e dormir no colo dele de novo.

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Tem um bebê na barriga da mamãe

Era meio da semana, tipo terça ou quarta-feira. Eles foram pra escola e eu fui pra uma reunião em um cliente. Celular tinha ficado na bolsa e, assim que saí, vi a ligação perdida da escola.

Ligação da escola no meio do dia sempre é problema e retornei imediatamente:

– Alô? Isaac e Ruth estão bem?

– Estão sim, mamãe! A gente só ligou para te dar os parabéns e perguntar se podemos oficializar para os coleguinhas e tias!

– Hein?

– Soubemos hoje da gravidez!

– GRAVIDEZ DE QUEM, MANO?!?!?!? Eu não estou grávida!

Silêncio constrangedor do outro lado da linha.

– Não?

– Não!

– Mas Isaac e Ruth contaram para as tias que tinha um bebê na barriga da mamãe. Que eles iram ganhar um irmãozinho.

– Tá doida?

– Foi, sim. Cada um contou para a sua professora, em momentos diferentes, e eles não estavam juntos. – Isaac e Ruth ficam em salas separadas na escola.

– Como assim?

– Sim. Isaac me disse que foi a mamãe que contou isto para eles em casa.

– Tia, não, não tô grávida. Se eu estivesse, não ia querer parabéns. Eu estaria correndo pelada por aí gritando “nãããooooo, eu não dou conta de trêêêêssss!!!!! socorroooooooo, vai que são gêmeos de novooooooooo!!!!!!!”.

Pedidos de desculpas aceitos, ela ficou de conversar com eles, explicar e tal. Me contaram que nenhum amiguinho tinha contado recentemente que a mãe estava grávida. Perguntei para a tia da perua e ela também não tinha ouvido sobre outra mamãe grávida na perua. Eu sou sonâmbula, eu sei, mas acho difícil que eu tenha levantado de madrugada e dito uma coisa dessas para os dois, cada um no seu quarto.

Quando chegaram em casa à noite, eu perguntei o que tinha acontecido na escola durante o dia. Eles desconversaram, fingiram que não era com eles e seguiram a vida. Não falamos mais sobre o assunto até hoje. Crianças doidas, meu.

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Trollando os amigos da mamãe

Situação 1: o amigo que veio bancar a babá

Tinha o show do Paul e nenhuma vó ou vô ou babá disponível para ficar com eles. Apelei pro amigão que adora os dois, que veio aqui fazer o papel de mamãe até eu voltar pra casa. Quando chego, ele me conta:

– Na hora de dormir, a Ruth disse que só ia dormir com o cobertor das princesas (aquele que ela não quer usar há meses).

– E você achou o cobertor?

– Ela me disse que estava no seu quarto. Revirei todos os armários e gavetas e não achei.

– Porque não estava lá…

– Pois é. Quando voltei para o corredor, vi o roupeiro, abri e achei o dito-cujo. Olhei pra ela e perguntei: “você sabia que estava aqui?”. E ela respondeu que sim. (com aquela risada de canto de boca que conheço bem)

Boa, Ruth.

Situação 2: o amigo que veio pra almoçar

Depois do almoço, Isaac disse para ele que iria se vestir de Elsa. Aí rolou um papo meio assim:

– Por que você quer ser a Elsa? Por que você não se veste de príncipe? Você poderia tentar ser o príncipe, que tal?

Ele não respondeu, foi pro quarto e o assunto morreu por uns cinco minutos. Daí ele volta com uma fronha azul:

– Mamãe, faz uma capa da Elsa pra mim?

Rolou aquela troca de olhares na sala, e eu terceirizei:

– Faz uma coisa, pede praquele tio.

– Tá. Ô, tio, faz uma capa pra mim do… SUPER-HOMEM?

O tio sorriu achando que tinha vencido, a fronha foi devidamente amarrada na camiseta, fazendo a tal da capa. Menino ficou super feliz. Agradeceu, virou as costas e saiu correndo pelo corredor com as mãos para o alto:

– Livre estou, livreeeee estoooooouuuuu….

Toma essa, tio. Pensa que sou bobo?

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Bola

Eles foram dormir no sábado e eu fui fazer um bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro. Na verdade, eu fui fazer esláides, e achei que merecia uma gordice.

No domingo, contei toda feliz que tínhamos bolo de cenoura pro café da manhã. Aí meu filho olha torto:

– Não é de cenoura. Parece chocolate.

– É cobertura de chocolate, mas o bolo é de cenoura.

– Eu não gosto de cobertura.

Comeu só o bolo, nem tocou no brigadeiro. Quando me devolveu o prato, anunciou:

– Eu não quero virar um bolota.

Tomem essa, tá?

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Decoração

– Mamãe, compra uma mesa cinza com cadeiras coloridas para nossa casa nova?

Desculpaí, mas meu filho tem um bom gosto que só vendo. Quando ele começou a falar sobre a falta de mesa na casa nova, jurei que ele ia sugerir uma mesa da Frozen com cadeiras do Homem Aranha.

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Desapega desses brinquedos

Foi num sábado, final do dia, depois de um dia de bagunça tirando absolutamente todos os brinquedos do armário e espalhando pela casa: eu quase fiquei louca quando percebi a quantidade de tralha em forma de brinquedos que dois seres humanos conseguem acumular. Eram peças de origem desconhecidas, jogos que já estavam ultrapassados para eles, coisas quebradas, coisas nunca utilizadas.

No domingo, logo após o café-da-manhã, coloquei uma caixa grande de papelão no quarto e expliquei:

– Acho que vocês têm brinquedos demais. Algumas crianças irão ficar felizes se ganharem estes brinquedos. Vamos separar algumas coisas e doar?

Foram SEIS caixas grandes. SEIS. Levamos juntos até a farmácia que estava fazendo campanha de dia das crianças e eles ficaram super felizes porque me ajudaram a entregar tudo para a atendente. Até hoje, meu filho fala às vezes:

– Mamãe, lembra do dia que a gente levou os brinquedos para as crianças que não têm brinquedos lá na farmácia, lembra?

O que achei mais legal foi o desapego deles. Doamos muita coisa mesmo e eles não reclamaram, não sentiram falta, não resmungaram. Simplesmente desapegaram e estão satisfeitos com os brinquedos que ainda têm.

– Tinha muito brinquedo em casa, né, mamãe?

É, filho, seu lindo.

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Apaixonei

– Boa noite, filha. Você é muito linda, não esquece, dorme bem.

– Mamãe?

Volto, abro a porta e ouço:

– Você é linda e maravilhosa.

– E você é a menina mais linda.

– E o Isaac?

– O Isaac é o menino mais lindo.

– Mamãe? Eu vou casar com você e o Isaac também vai casar com você, tá?

– Tá!

Nós já somos casados, né? ❤

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