Vou dividir nosso Carnaval 2014 em dois momentos bem distintos: o sucesso e a tragédia. Para contextualizar: Carnaval é o maior recesso da escolinha dos bebês depois das férias de final de ano, quando eles ficam QUATRO DIAS E MEIO sem aulas. Quatro. Dias. E. Meio.
A primeira metade do nosso feriado foi um Sucesso. S maiúsculo. Nós fomos brincar, fomos no parque, fizemos trilha, fomos ao teatro, almoçamos fora, fomos a uma exposição de arte (porque mamãe também tem suas vontades), foi tudo muito legal. Muito divertido. Crianças felizes, mamãe feliz, dias de sol, nenhuma birra, quase nenhum choro, tudo indo muito bem para ser verdade.
Aí o tempo fechou, literalmente. Choveu. Ficou mais frio. Minha filha acordou com uma febrinha, depois meu filho teve febre no almoço, depois eu fui pega pela gripe no começo da tarde e no final da tarde nós éramos três incubadores de vírus, que tossiam, espirravam, soltavam catarros pelo nariz e tinham febre. Montes de dores de garganta, dores pelo corpo, mau humor, vontade de não fazer nada, crianças chorando por causa de qualquer coisa, mãe com vontade de chorar junto. Gente, que pesadelo.
Cuidar de uma criança doente é difícil. Cuidar de duas crianças doentes ao mesmo tempo é mais difícil ainda. Cuidar de crianças – doentes ou não – quando se está doente é insuportável. Sabe quando você acorda mal, com dores, sem forças, e liga pro chefe avisando que não vai dar para trabalhar? Foi o que eu tive vontade de fazer naquele dia. Passei horas me perguntando para quem eu tinha que ligar para avisar que não ia poder ser mãe naquele dia. Fiquei horas encarando o celular, esperando a ligação de alguma alma caridosa com uma voz animada do outro lado da linha: “alô, Ruri? Quer que eu fique com as crianças hoje para você poder tomar chá de gengibre à vontade espalhada na cama?”. Fiquei mentalizando um ser qualquer entrando pela porta da sala trazendo uma panela de sopa quente para nós três. Fiquei olhando para meus filhos esperando que eles me dissessem: “mamãe, é pegadinha. Nós não estamos doentes. Fica aí deitada no sofá descansando que a gente promete que vai ficar brincando em silêncio até o fim do dia”. Mas nada disso aconteceu, né? E lá fomos nós para a parte Tragédia do nosso feriado. Tragédia inclui inaladores, termômetros, analgésicos, antitérmicos, ligações para a pediatra no feriado e muita indisposição.
Ser mãe é isso aí, gente: um compromisso válido na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossas vidas. E não pode pedir para sair. Não aguenta? Toma um leite, joga própolis na garganta e continua.
Já é quinta-feira à noite, já voltamos para a escola e para o trabalho, mas ainda não estamos 100%. Alguém indica uma benzedeira?